Da Redação do Blog – O policial militar Murilo Ribeiro Araújo, acusado de matar com sete tiros o personal trainer Giovanny Diniz Carvalho, em Petrolina, no Sertão, em outubro passado, continua preso, já foi pronunciado e aguarda a data do seu julgamento por júri popular na cidade, informa o advogado da família da vítima, Ailton Abel.
Sua absolvição por portaria da Secretaria de Defesa Social (SDS) publicada na quarta-feira (23) foi concedida por outras razões e não pela acusação de assassinato, como erroneamente divulgou o Blog. A causa da absolvição, “por insuficiência de provas”, como justifica a portaria, não foi revelada, mas familiares da vítima afirmam ter sido uma agressão à ex-namorada, uma enfermeira chamada Marília.
Em nota ao Blog, a Polícia Militar informa que Murilo Ribeiro Araújo foi absolvido pelo Conselho Disciplinar “relacionado a crime de outra natureza do qual foi acusado, sem qualquer relação com o homicídio citado na demanda encaminhada à Corporação.” Diz ainda a nota que o PM continua preso no Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, “à disposição da Justiça”.
O criminalista Ailton Abel declarou que Murilo Ribeiro Araújo vai à júri popular em Petrolina sob a acusação de homicídio qualificado por motivo torpe e com recurso que impossibilitou defesa da vítima, cuja pena varia de 12 a 30 anos de reclusão.

O crime do qual é acusado, gravado por câmeras de rua em imagens que viralizaram, foi cometido por um atirador com balaclava, máscara que esconde o rosto, em frente ao prédio onde morava Giovanny, na Rua Irmã Maria Antonieta, no bairro Vila Mocó, quando ele desceu à noite para estacionar o carro na garagem. O atirador fugiu num Gol de cor prata.
Segundo a família, o assassinato ocorreu por ciúmes do PM de uma ex-namorada, a enfermeira Marília, cliente de Giovanny, que tinha uma namorada, a dentista Sabrina Kaonny, grávida dele na época do crime.
Em depoimento gravado para o blog de Carlos Britto, o irmão do personal trainer, Gioginez Carvalho, relata que Marília era aluna da esposa de Giovanny, a também personal trainer Aila Pimenta, de 32 anos, que morreu em fevereiro de 2024 após sofrer um choque elétrico em casa. Marília, então, contou Gioginez, passou a ter aulas com Giovanny, mas diante do ciúme doentio do PM, o personal trainer não quis mais tê-la como aluna e a enfermeira se matriculou em outra academia.
Um vídeo do aniversário da enfermeira Marília mostra Murilo e Giovanny juntos, comemorando a data. Gioginez relatou que ele e o irmão procuraram por diversas vezes familiares do PM para tentar acalmá-lo sobre a ciumeira da ex-namorada, insistindo que não tinha sentido. Segundo Gioginez, o próprio Murilo se recusava a conversar sobre o assunto e não parava de ameaçar o personal trainer, que chegou a pensar em comprar uma arma para se defender das ameaças do policial, desistindo da ideia a conselho do irmão.
Além dos três filhos que teve com Aila, de 6, 2 e um ano de idade quando foi assassinado, Giovanny Diniz Carvalho, que tinha 36 anos, deixou também órfão o filho que a dentista Sabrina Kaonny carregava na gravidez na ocasião de sua morte.
Eis na íntegra a nota da Polícia Militar:
“A Polícia Militar de Pernambuco esclarece que o Conselho de Disciplina é um procedimento administrativo e independente do processo judicial ao qual o militar responde.
O policial em questão foi absolvido em um Conselho, publicado no Diário Oficial desta quarta-feira (23), relacionado a crime de outra natureza do qual foi acusado, sem qualquer relação com o homicídio citado na demanda encaminhada à Corporação.
O policial permanece recolhido no Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), à disposição da Justiça. O Conselho de Disciplina instaurado para apurar a conduta no crime citado na demanda segue em andamento. E, como o processo judicial não foi concluído, o militar continua recebendo seus vencimentos, em conformidade com o que estabelece a legislação vigente”.









