EXCLUSIVO, por Luiz Roberto Marinho — Defensora dos direitos humanos, que rendeu condecorações, mas sem abrir mão da vaidade feminina. É o que acontece com a promotora Rosemary Souto Maior de Almeida, 65 anos, lotada na 46ª Promotoria do Recife, que redigiu ofício solicitando adiamento de sessão do júri na próxima segunda-feira (09) por participar de homenagem no domingo que irá varar a madrugada do dia do júri.
O ofício foi encaminhado ao juiz Abner Apolinário da Silva, do IV Tribunal do Júri, que irá presidir o julgamento de um réu em liberdade. Anexando cópia da capa de uma revista com seu nome e foto, alegou ela ser uma das homenageadas do Prêmio NE-Internacional, que será entregue na noite de domingo, na unidade do bairro de Casa Forte da casa de eventos Arcádia. “Como de praxe, (a premiação) termina na madrugada do dia seguinte (09/12/24)”, escreveu ela.
O dilema da promotora não é somente o dia do júri na segunda-feira, mas também o pouco tempo de que disporia para se preparar para o julgamento. “Além do mais, no sábado terei de cuidar da minha aparência, pois o traje é de gala”, justifica Rosemary ao juiz. Diz que, por todas estas razões, pede o adiamento do júri “por motivos de força maior”. Não se sabe, até o momento, se o juiz acatou seu pedido.

A festa na Arcádia de Casa Forte é mais uma homenagem que Rosemary Souto Maior de Almeida recebe pelo trabalho na Promotoria. Nascida em Limoeiro, no Agreste, formada em 1982 pela Universidade Federal de Pernambuco, professora de Direito aposentada da Universidade Federal da Paraíba, pós-graduada na USP e Universidade Católica de Pernambuco, recebeu, em 2022, a Medalha Leão do Norte, concedida pela Alepe (Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco) pelo trabalho em favor das mulheres vítimas de violência doméstica.
Também em 2022 foi agraciada com o Prêmio Tacaruna Mulher. Em entrevista para a premiação, relatou que, como promotora, conseguiu prender e condenar um feminicida 40 dias após o crime. Em 2009, ingressou no programa de proteção em Pernambuco por ameaças de morte. Entre mais de 50 artigos e trabalhos publicados, está “Defensores e Defensoras de Direitos Humanos – O enfrentamento a desigualdades em Pernambuco”.
Veja o ofício:










