EXCLUSIVO, por Luiz Roberto Marinho – A troca de diretor do presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, em dezembro, começa a dar resultados práticos. Por ordem do novo dirigente, Carlos Alberto Cordeiro, uma revista no pavilhão A apreendeu com os detentos, nesta quinta-feira (23), grande quantidade de celulares e drogas.
Foram apreendidos 32 celulares, 56 carregadores, 21 fones de ouvido, 39 chips de celulares e um modem. As drogas descobertas incluem 28 quilos de maconha, 2,5 quilos de crack e 1.200 comprimidos Artane, usados para tratamento de Parkinson, mas que provocam fortes alucinações quando misturados a bebidas alcoólicas.
Segundo policiais penais, a apreensão em apenas uma das alas do presídio demonstra falhas enormes na fiscalização dos detentos e das visitas, que atribuem, em parte, ao déficit de policiais penais no sistema penitenciário de Pernambuco.

Auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre o sistema carcerário, divulgada com exclusividade pelo Blog, calcula um déficit de quatro mil policiais penais para quase 27 mil detentos apertados em 23 unidades prisionais em Pernambuco.
O governo não contratou, até agora, 644 policiais penais que concluíram o curso de formação há mais de um ano e meio. Dos policiais penais concursados, aptos a assumir as funções, foram nomeados somente 657.
O presídio de Igarassu é o de maior superlotação em Pernambuco, com 447% – isto é, tinha, em dezembro de 2023, segundo a auditoria do TCE, 5.006 detentos em 1.126 vagas, registrando um déficit de 3.904 vagas, que provavelmente deve ter aumentado, com o atraso das obras de ampliação do sistema penitenciário do estado.
Oriundo do comando da Penitenciária Agrícola de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife, Carlos Alberto Cordeiro substituiu em Igarassu Charles Belarmino, que dirigiu o presídio por mais de cinco anos e foi afastado no desdobramento da Operação Chamada Restrita, que desarticulou em dezembro quadrilha de detentos que cometiam da prisão extorsões pelo celular.









