Do Folha de S.Paulo – As novas sanções anunciadas nesta segunda-feira (22) pelo governo Donald Trump levaram o STF (Supremo Tribunal Federal) a ameaçar o cancelamento de um acordo com o Congresso para a aprovação de uma redução de penas dos condenados por envolvimento em atos golpistas.
Ministros do tribunal procuraram o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e avisaram ao deputado que as medidas prejudicam o avanço dessas negociações.
Após receber o alerta, o parlamentar procurou aliados para avaliar um possível adiamento da votação dessa proposta, inicialmente prevista para os próximos dias.
Antes otimista sobre votar o projeto nesta quarta-feira (24), após reuniões com os partidos, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), designado por Motta como relator da medida, adotou tom mais cauteloso depois das sanções. “Temos que pensar”, disse à Folha. “Vamos conversar com os partidos na parte da tarde para ver os caminhos que a gente vai traçar ainda”, afirmou.
Nas palavras de um ministro do STF que conversou com Motta nesta segunda, toda a boa vontade que poderia haver no tribunal, especialmente com o núcleo central da trama golpista, “se esfumaçou”. Isso não significa, porém, que os canais estejam totalmente obstruídos.
Além disso, ainda haveria espaço de negociação sobre penas aplicadas aos condenados pela participação nos ataques de 8 de janeiro de 2023, especificamente. Apesar dessa disponibilidade inicial para o diálogo, entre ministros seria majoritária a avaliação de que as sanções impostas à família de Moraes azedam a relação entre STF e Congresso.









