Do presidente Temer, pode se dizer tudo menos que ele seja um homem que não tenha o atributo da coragem. Depois de ter que demitir dois ministros por suspeita de corrupção em menos de 45 dias do governo ele se mete em outra manobra arriscada. Quem nos conta é o colunista Josias de Souza. Leiam:
Michel Temer decidiu praticar uma temeridade que vinha adiando há três meses: nomeará para o cargo de ministro do Turismo o deputado federal Marx Beltrão (PMDB-AL). Trata-se de um réu. Responde a ação no Supremo Tribunal Federal por falsidade ideológica. Indicou-o o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo no Supremo de nove inquéritos da Lava Jato.
Mantida no freezer desde julho, a nomeação de Marx foi sacramentada nesta terça-feira, num almoço de Temer com Renan, padrinho do quase novo ministro, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Sustenta-se que a conversão do réu em ministro renderá votos no Congresso à emenda constitucional que congela os gastos públicos por 20 anos.
Quer dizer: em nome do aperto fiscal, o Planalto afrouxa o recato.







