Por Thiago Cabral — A condenação do jornalista Ricardo Antunes a 7 anos de prisão por supostos crimes de calúnia, foi feita através de um processo impetrado pelo deputado federal Felipe Carreiras (PSB) em 29 de junho de 2023.
O parlamentar construiu um verdadeiro império a partir de 2007, quando o governador Eduardo Campos iniciou seu primeiro mandato. Carreras e o empresário Augusto Acioli tinham um “pagode” atrás de um posto de gasolina, no bairro de Casa Forte, e anos depois já mandavam em todos os eventos de Pernambuco.
Irritado pela série de matérias chamada “A Farra do São João de Caruaru”, que denunciou irregularidades na contratação da “Festa Cheia”, os sócios entraram com ações civis contra o jornalista.
Inconformado porque perdeu a ação civil, o parlamentar entrou com outra ação, essa, criminal, contra o jornalista pernambucano, na 12ª Vara Criminal do Recife, comandada pela juíza Andrea Calado da Cruz.

É a segunda vez em menos de quatro meses que a magistrada mandou prender o jornalista. Em abril, enquanto substituía o juiz Paulo Victor Vasconcelos de Almeida, na 11ª Vara da Capital, Andrea Calado Cruz decretou a prisão preventiva de Ricardo Antunes por faltar a uma audiência de instrução. Além disso, pediu a apreensão de passaporte e a derrubada de seu blog e todas as redes sociais.
Não suficiente, a juíza, que é investigada por suspeita de abuso de autoridade nesse caso, registrou também um Boletim de Ocorrência contra o jornalista. Segundo ela, notícias críticas à decisão, configuraram “ameaça, injúria e calúnia”.
Líder do PSB e relator da CPI das Apostas Esportivas, Felipe Carreras foi capa da Revista Veja neste ano. A publicação o apontou como suspeito de pedir R$ 35 milhões em propina para proteger interesses das casas de apostas em CPI.