Do G1 – Um grupo de vereadores do Recife abriu um processo administrativo contra Gilson Machado Filho (PL) e Thiago Medina (PL) por quebra de decoro parlamentar. Segundo a denúncia, os dois publicaram nas redes sociais um vídeo fazendo piadas e gestos de cunho sexual e capacitista contra o presidente Lula (PT), gravado durante uma sessão da Câmara Municipal.
O requerimento foi protocolado na segunda-feira (5) e é assinado pelos vereadores Cida Pedrosa (PCdoB), Jô Cavalcanti (PSOL), Liana Cirne (PT), Kari Santos (PT), Rinaldo Júnior (PSB) e Osmar Ricardo (PT). Caso o pedido seja acatado, Gilson Machado Filho e Thiago Medina podem ser advertidos ou suspensos por até 30 dias do exercício parlamentar.
A gravação foi feita no dia 29 de abril, durante a sessão em que foi aprovado o projeto de lei que institui o “Dia Municipal em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho”. Nas imagens, de acordo com a denúncia, eles fazem referência ao acidente de trabalho sofrido pelo presidente, que resultou na amputação de um dedo.
Conforme o requerimento, no vídeo, Gilson Machado aparece ao lado de Thiago Medina e comenta: “Nunca vi até hoje alguém levar uma facada fake… Agora perder um dedinho para se aposentar, isso eu já vi”. Depois, ele questiona onde o dedo de Lula estaria e faz um gesto obsceno.
No mesmo dia da publicação do vídeo, Medina fez uma postagem no seu perfil do X reforçando a fala feita na gravação:
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O pedido de processo foi protocolado com base na violação do artigo 35 do Regimento Interno da Câmara Municipal do Recife, que solicita a suspensão do exercício do mandato de vereadores em caso de:
- incapacidade civil absoluta declarada por sentença transitada em julgado;
- falta de decoro parlamentar durante as reuniões plenárias.
Procurado, o gabinete do vereador Thiago Medina informou que não tomou conhecimento nem recebeu qualquer notificação de processo contra ele. Em nota, a assessoria do parlamentar afirmou que o vídeo “expressa opinião política protegida constitucionalmente pela liberdade de expressão e pela imunidade parlamentar”.
O g1 entrou em contato com a defesa de Gilson Machado Filho, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.