Da Redação – Diz um ditado que depois da tempestade vem a bonança. Para os integrantes da cúpula do Cidadania, no entanto, a pergunta que fica depois da baixaria registrada em uma reunião do partido na internet, no fim de semana, com direito a xingamentos de “cachorro” e “picareta”, é se vai ser possível ter mesmo algo de bom.
Horas após o barraco político, as reações foram distintas: teve quem adotou o famoso “deixa quieto”, quem preferiu “esperar o tempo passar para se pronunciar” e até surgiu uma proposta para “lavar a roupa suja” em um evento nacional.
Pra quem não lembra ou não leu o nosso site, vai uma breve explicação do caso. Era uma simples reunião da Executiva Nacional do Cidadania, que estava sendo realizada no sábado (19). Ex-parlamentares e integrantes da cúpula da sigla discutiam, por videoconferência, os rumos políticos e a possível entrada no governo Lula (PT).
O presidente nacional da legenda, o ex-senador e ex-deputado pernambucano Roberto Freire, disse que “estavam tentado expulsar ele do partido”. O ex-deputado alagoano e atual secretário-geral do Cidadania, Regis Cavalcante, discutiu com Freire, que o mandou “calar a boca”.
Como se não bastasse, o ex-deputado federal pernambucano Daniel Coelho, atual secretário de Turismo do governo de Raquel Lyra (PSDB), atacou Regis e disparou
“Esse picareta é muito cínico, puta que o pariu”. Regis reagiu no mesmo tom: “Picareta é você seu cachorro. Seu coelhinho safado”. ”Você é um infiltrado

Nesta segunda (21), o nosso site procurou o ex-deputado e atual secretário Daniel Coelho. Por meio do WhatsApp, ele disse que “não estava falando sobre o assunto” e que “no tempo certo vai se pronunciar”. Regis Cavalcante também foi procurado, mas não respondeu a perguntas feitas pelas redes sociais.
No Twitter, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, afirmou, ainda no domingo (20), que seria preciso “superar a crise” de forma “mais democrática possível”.
Ele sugeriu, por exemplo, a realização de um congresso do partido com representantes de todo o Brasil, envolvendo diretórios municipais, estaduais, além de “mandatários e militantes”. Uma forma mais cuidadosa de chamar todo mundo para “ lavar a roupa suja”.
O nosso site também procurou a vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, que é integrante do Cidadania com o cargo mais importante no Executivo do estado. Por meio da assessoria, ele disse que “deixaria isso quieto”.

Horas depois da baixaria, também não houve pronunciamentos nas redes sociais do ex-senador Cristóvam Buarque (DF) nem de Nonato Bandeira, que é dirigente do partido na Paraíba. Os dois participavam da reunião da executiva no momento da confusão.
O Cidadania é fruto das mudanças ocorridas, ao longo da história, no Partido Comunista Brasileiro (PCB), fundado em 1922. Em 1989, na primeira eleição para presidente do Brasil após a Ditadura Militar (1964 -1985), Roberto Freire foi o candidato do PCB.
Em 1992, uma ala do “partidão”, como ele era conhecido, criou o PPS, que foi transformado em Cidadania, em 2019.









