Com informações da Assessoria – O lançamento do livro A Misoginia na Ditadura e a Justiça de Transição: Relatos de Ex-Presas Políticas, da advogada e pesquisadora Renata Santa Cruz Coelho, será nesta quarta-feira (13), às 18h, no Café Vila Amizade, em Casa Forte, Recife. A obra reúne entrevistas e análises que mostram como o regime militar (1964-1985) usou a misoginia como ferramenta de repressão, aliando violência política e de gênero.
A publicação também examina como a Comissão Nacional da Verdade e as comissões estaduais do Rio de Janeiro e São Paulo registraram — ou deixaram de registrar — os episódios de violência de gênero contra presas políticas. O trabalho insere-se no debate sobre a Justiça de Transição, apontando as obrigações do Estado brasileiro na garantia do direito à memória e à verdade, conforme normas internacionais de direitos humanos.

O evento contará com sessão de autógrafos e bate-papo com a autora, que carrega em sua história familiar a marca da luta por justiça e memória: ela é neta de Elzita Santa Cruz, símbolo nacional dessa causa; sobrinha de Fernando Santa Cruz, desaparecido político; e de Marcelo Santa Cruz, advogado de direitos humanos e vereador por seis mandatos em Olinda.
A força do tema ecoa na fala da ex-presidenta Dilma Rousseff, também ex-presa política, que relembrou um momento de sua detenção:
“Quando eu estava presa, tinha um azulejo branco na minha cela. Ele ficou encardido de sangue, e por mais que lavassem, o vermelho não saía.”
Renata afirma que seu objetivo é provocar reflexão e ampliar o debate sobre um aspecto da ditadura ainda pouco enfrentado: a violência específica contra mulheres militantes.









