Do Estadão – A decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), de arquivar a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Blindagem provocou irritação na Câmara dos Deputados e deve afetar a tramitação do projeto de lei sobre a anistia aos condenados do 8 de Janeiro.
Líderes partidários dizem que Alcolumbre quebrou um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Deputados ficaram descontentes com o resultado e sustentam que havia um compromisso firmado para que a PEC avançasse.
A consequência imediata disso se reflete na anistia. O relator do projeto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), agora diz que é preciso “pacificar” a relação entre as duas Casas do Congresso Nacional.
“Tem hoje uma desconfiança de que, o que nós votarmos aqui, o Senado segura”, afirmou o relator. “Foi comunicado ao presidente Hugo Motta sobre as preocupações da relação com o Senado. O próximo passo, agora, é procurar o presidente Davi Alcolumbre, através de Hugo Motta, para refazer essa relação com o Senado.”
O líder do PP na Câmara, Doutor Luizinho (PP-RJ), vocalizou as críticas à decisão do Senado. Nesta quarta-feira, 24, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) dessa Casa Legislativa decidiu, em votação unânime, rejeitar a PEC que protege parlamentares da abertura de processos criminais.
“Hoje a gente teve um exemplo clássico de um comportamento errático do Senado, diferente do que teoricamente estava acordado com o presidente Hugo Motta e o presidente Davi Alcolumbre”, discursou Luizinho, em reunião da bancada do PP e do União Brasil com Paulinho da Força.
Para Luizinho, a Câmara foi “exposta”. “Reforço a necessidade para que a gente possa construir algum tipo de texto, de solução, que esteja negociada entre a Câmara e o Senado, para que a gente não possa ser exposto novamente”, afirmou.
Para deputados, é preciso garantir que o Senado votará o texto aprovado pela Câmara. Esses parlamentares alegam quebra de confiança.









