Da Redação – Estreia amanhã, no Teatro do Peque, no Centro do Recife, o documentário “Consuella”, produzido pelo diretor Alexandre Figueirôa”. O curta-metragem fala sobre a travesti mais famosa da capital pernambucana, nas décadas de 80 e 90. A entrada para a exibição, a partir das 19h, é gratuita.
De acordo com a produção, ainda jovem, Consuella aprendeu a fazer maquiagens e, depois, foi morar no Rio de Janeiro, onde trabalhou como maquiadora na televisão e no teatro.
De lá, seguindo os mesmos passos de Rogéria, Jane Di Castro, Roberta Vermont, entre outras, foi para a França. Na Europa, fez a transição e se tornou vedete dos famosos cabarés parisienses Carrossel de Paris e Chez Madame Arthur.
A partir daí, todos os anos vinha ao Recife no período do carnaval, participando dos concursos de fantasia do Baile Municipal e ganhando prêmios com caracterizações que exploravam sua sensualidade.
Conhecida como “Consuella de Paris”, ela foi a “mami” de outras jovens travestis pernambucana. Por causa da fama e ousadia, ganhou popularidade, virou notícia nos jornais. Também atuou para amenizar o preconceito contra a comunidade LGBTQIAPN+.
A sessão conta com o apoio da Secretaria de Cultura da Prefeitura do Recife e da Coordenação do Teatro do Parque.
Em comemoração aos 15 anos de atividade da Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans-PE), a direção pede que o público leve um quilo de alimento não-perecível para ser doado à ONG.
A Amotrans, que também homenageou Consuelo, é a primeira instituição à dar voz às travestis e às pessoas trans no estado.
Produção
Com realização da Revista O Grito! e apoio do coletivo Surto & Deslumbramento e da Escola de Comunicação da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), o documentário foi desenvolvido a partir de entrevistas com quem conviveu com a artista.
“A partir de fotos e depoimentos de quem conviveu com ela, recuperamos um pouco da história dessa figura quase lendária das noites alegres do Recife”, ressalta o diretor Alexandre Figueirôa.

A história e a memória de Consuelo são contadas por meio dos relatos de amigos como Moacyr Freire, Paulo Carvalho, Márcia Vogue, Christiane Falcão, além do jornalista Mucíolo Ferreira.
Além de Figueirôa nas funções de direção e roteiro, a equipe do filme é formada ainda por Jonatan Oliveira na direção de fotografia, João Maria na montagem e finalização, Chico Lacerda no som direto, Túlio Vasconcelos na direção de produção e André Antônio foi o responsável pela direção de arte do curta.
A obra segue também o caminho de outros trabalhos audiovisuais que Figueirôa tem realizado para trazer aos dias de hoje personagens que, bem antes das conquistas dos movimentos LGBTQIAPN+, assumiram, de alguma forma, uma atitude pioneira e libertária, diante da forte discriminação e opressão.
São eles:
- “Eternamente Elza” (2013)
- “Kibe Lanches” (2017)
- “Piu Piu” (2019)
- “Recife, Marrocos” (2022)








