Por Ricardo Antunes – centro O secretário de Cultura, Silvério Pessoa, não participa mais do governo de Raquel Lyra (PSDB). Oficialmente, ele pediu demissão, mas na verdade ele foi instado a sair. O cantor não tinha o menor perfil para o cargo e o Blog já havia antecipado as reclamações dos funcionários contra sua postura. “Ele não queria saber de nada. “Quem mandava mesmo era sua mulher”, disse um interlocutor do setor cultural pernambucano.
A informação da saída de Silvério foi divulgada, na tarde desta quinta (20), pela assessoria de comunicação do Palácio do Campo das Princesas, sede do Executivo estadual.
Essa é a primeira queda envolvendo um nome do primeiro escalão da atual gestão, que acabou de completar apenas sete meses. Segundo o governo, Silvério Pessoa entregou o pedido de demissão para Raquel Lyra e alegou “razões pessoais”. Mas não foi bem assim. O desgaste em torno do músico/secretário já era enorme.
Em janeiro deste ano, logo depois da posse, houve uma denúncia por parte dos próprios funcionários da Fundarpe de que o clima no prédio da Rua da Aurora já estava ficando complicado. Servidores relatavam o incômodo por ver sua esposa, a produtora cultural Karina Hoover, despachando na sala da presidência em diversas ocasiões.

Além da inconveniência, havia conflito de interesses, visto que Karina é empresária e tinha contratos com a Fundarpe, assim como sua irmã, Dani Hoover, esposa do músico e publicitário Lula Queiroga.
As irmãs são sócias administradoras de duas empresas distintas, mas ambas com o nome Luni. A mais famosa pertence a Dani e Lula, e faturou mais de R$ 1,5 milhão nos últimos 10 anos dos cofres públicos, via Fundarpe e Empetur. Já a Luni tocada por Karina recebeu R$ 183 mil nos últimos cinco anos.
Nos últimos dias , o desgaste de Silvério Pessoa aumentou ainda mais. O atraso na divulgação da grade da programação do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) provocou reações de produtores culturais e de setores do próprio governo.
A avaliação no Palácio era de que ele teria que deixar o cargo antes do Festival de Inverno de Garanhuns, mesmo faltando poucos dias para o início do evento – um dos mais importantes e de maior visibilidade fora de Pernambuco.
A trapalhada do FIG foi apenas a gota d’água. O blog recebeu vários documentos que mostram o festival de irregularidades nas contratações feita pela secretaria. A trapalhada foi tanta que até o Ministério Público enviou diversos ofícios com questionamentos que nunca foram respondidas. Alguns editais publicados também fazem parte desses questionamentos.
É isso.
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